Ano | 2024 |
Nome | End Times, Again |
Cliente | Self-Initiated |
Categoria | Self-Initiated; |
Nos últimos meses de 2023, todas as sextas-feiras, desenvolvemos em conjunto uma colecção que intitulámos “End Times, Again”. Criámos espaço para um trabalho auto-iniciado e de investigação, onde escrevemos extensivamente e experimentámos diversas abordagens, resultando numa drop collection sobre fins do mundo. Este projeto contou com a colaboração de João Descalço (vídeo) e Sara Ribeiro (modelo).
“Na marcha implacável da existência, o tempo é o soberano final, uma força indomada e indomável, tecendo a realidade. É o ritmo silencioso ao qual toda a criação dança, uma corrente omnipresente no rio da existência. A noção de dominar o tempo, de curvar a sua trajectória implacável à vontade de alguém, é tão sedutora quanto ilusória.
Conhecer o fim, vislumbrar o tempo na sua totalidade, é uma tentação que sussurra nos recantos tranquilos da mente humana. É um apelo de sereia, prometendo o domínio final, o poder de ver o invisível, de traçar o inexplorado. Nesta busca, o enigma do tempo torna-se um mistério magnético, o seu domínio, o auge do controlo.
Ao longo da história, as civilizações tentaram encapsular o tempo, enjaulá-lo nos construtos de relógios e calendários, e exercer algum controlo. No entanto, o tempo permanece desafiador, um rio que escapa a todas as redes, uma sombra que ilude todos os tentáculos. O sonho de controlar o tempo é semelhante a capturar o vento – uma busca tão fútil quanto encantadora.
No final, a relação da humanidade com o tempo é uma dança – uma dança de aspiração e humildade, de alcançar as estrelas enquanto se permanece enraizado na Terra. Talvez nunca consigamos controlar as rédeas do tempo, mas nesta realização reside uma verdade profunda: que a beleza da existência está na sua transitoriedade, na preciosidade de cada momento fugaz, na jornada que se desenrola a cada tique-taque do relógio”.